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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A espionagem é uma maneira tensa e normalmente mortal para os governos obterem informações secretas sobre seus inimigos.





A espionagem real raramente se parece com a que é mostrada nas telas dos filmes de Hollywood. A espionagem é uma maneira tensa e normalmente mortal para os governos obterem informações secretas sobre seus inimigos. Os sucessos e fracassos dos espiões que participaram da política internacional alteraram o curso das guerras e deixaram uma profunda (embora normalmente escondida) impressão na história mundial.
Os líderes mundiais têm que tomar decisões importantes todos os dias, e a informação é a chave para a tomada de decisão certa. Quantas tropas têm seu inimigo? Quão distantes estão no desenvolvimento de armas secretas? Eles estão planejando a negociação de um acordo comercial com outro país? Alguns de seus generais estão planejando um golpe militar?
Enquanto algumas dessas informações (conhecidas como inteligência) podem estar disponíveis, a maioria dos países guardam seus segredos. Claro, essa informação secreta é normalmente a mais valiosa. Para obter acesso a informações secretas, os governos se utilizam de espionagem, uma mistura de subterfúgio, traição, tecnologia e análise de dados. A espionagem também pode ser usada para neutralizar o espião inimigo, principalmente fornecendo informações falsas para ele.
Uma coisa que os agentes secretos reais não usam é um carro que chame a atenção. A última coisa que um espião deseja é chamar a atenção para si. O carro utilizado em uma missão será um carro comum que com certeza não conterá disparadores de mísseis, recipientes com cortina de fumaça ou terá a capacidade de se transformar em um submarino. No máximo, o carro de um espião real poderá conter compartimentos secretos para esconder informações.
As informações, especialmente na forma de imagens miniaturizadas, poderiam ser escondidas virtualmente em qualquer local. O filme era escondido dentro de moedas falsas, pilhas falsas com a parte interna oca (com uma pilha real funcionando dentro), pincéis para barbear, cigarros, saltos de sapatos, cinzeiros, parafusos e unhas e até mesmo em um olho falso. Em muitos casos, estes itens possuíam um mecanismo que liberaria uma pequena quantidade de ácido se fosse aberto de modo inadequado. O ácido destruiria o filme, fazendo com que o espião não fosse descoberto caso fosse feita uma revista completa por agentes inimigos desconfiados.
Origens da espionagem.

A palavra "espionage" vem da palavra francesa "espionner", que significa "espionar", e do italiano clássico "spione". A palavra "spy" é originária de várias palavras antigas siginificando "olhar e observar", como no latim "specere" ou no anglo-normando "espier".

Criando espiões

Os espiões são recrutados de diversas formas. Alguns se filiam às agências de inteligência de seus países, recebem treinamento e continuam trabalhando para a agência. Se o histórico e o treinamento se encaixam num determinado perfil, eles podem ser enviados para o exterior ou manter uma identidade "de fachada".
Os melhores agentes são aqueles com acesso aos oficiais de alta patente ou às informações secretas de outros países. As agências de espionagem empregam recrutadores, pessoas que selecionam cidadãos de outros países que podem trabalhar contra sua nação e se tornar espiões. Esses desertores são espiões em potencial, uma vez que já têm uma fachada e podem fornecer informações quase que imediatamente. Há vários fatores que fazem uma pessoa desertora se tornar um espião:

Discordância ideológica com seu país de origem
Durante a Guerra Fria, a KGB (abreviação russa para Comitê de Segurança de Estado, a inteligência e a polícia secreta da União Soviética) teve sucesso em recrutar agentes nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha que apoiavam o comunismo ou pertenciam a organizações comunistas.
Dinheiro
Vários espiões obtiveram informações fundamentais e mortais por dinheiro.
Desejo de ser "importante"
Os recrutadores procuram por pessoas em posição subalterna que tenham acesso a informações importantes. Alguns fatores psicológicos podem levar algumas pessoas a se tornarem espiões porque é algo que as faz se sentir poderosas.
Chantagem
Recrutadores que tem provas de comportamento que seu alvo não gostaria de tornar público, como um caso extra-conjugal, podem ameaçar a divulgar se o seu alvo não concordar em se tornar um espião. Ameaças ou agressões físicas ao alvo ou aos membros de sua família também funcionam.
Em raras ocasiões, nenhum trabalho de recrutamento é necessário. Alguém que quer fornecer inforormações chega à embaixada ou consulado e se oferece para se tornar um espião. Esses "voluntários" podem ser vistos com desconfiança, como fontes em potencial de informações falsas do inimigo, mas podem também se tornar espiões valiosos.
Uma vez que o recrutador treinou alguém com desejo de obter informação, o novo espião será colocado em contato com um controlador. O controlador dará treinamento sobre os métodos de espionagem e instruções para a obtenção e transmissão de informações. O espião normalmente não tem contato com mais ninguém, nunca conhece os nomes de outros espiões ou oficiais. Isso é conhecido como compartimentação. Cada espião trabalha em seu próprio compartimento, logo, se ele é capturado e interrogado, ele não pode revelar informações vitais nem a identidade de outros espiões.
Assassinos

Enquanto a espionagem tem como prioridade obter informações, os espiões às vezes devem usar suas habilidades para cometer crimes. Esses espiões são conhecidos como assassinos. Um assassinato pode acontecer para impedir que alguém revele alguma informação ou para punir alguém que "trocou de lado". Isso também é uma mensgem clara a qualquer um que possa ajudar o inimigo.

Os métodos para obtenção de informação são tão variados quanto às informações propriamente ditas. Os elementos mais importantes de uma operação de espionagem a longo prazo são o uso de uma cobertura e a criação de uma legenda. Uma cobertura é uma identidade secreta, e a legenda é a história de vida e os documentos que sustentam a cobertura. Por exemplo, um agente britânico cuja identidade é a de um contador russo precisaria falar russo e conhecer muito sobre finanças russas. Para fazer a cobertura parecer mais realista, a legenda deve ser muito convincente. O agente terá uma história de vida falsa que ele precisa memorizar. Onde ele estudou? Ele tem um diploma que prove isso? Onde ele nasceu? Quem é sua ex-mulher? Quais são seus hobbies? Se a legenda afirma que o agente gosta de pescar, é melhor ter um equipamento de pesca em casa - o fracasso ou o sucesso dos espiões depende desses mínimos detalhes.

Uma vez definida a cobertura, ele deve passar anos exercendo sua atividade e estabelecer confiança. O espião pode tentar ser promovido ou transferido para uma posição com acesso a informações vitais, ou ser amigo de alguém que tenha acesso a elas.
É possível para um espião memorizar a informação e passá-la para seu controlador. Entretanto, é mais confiável fotocopiar papéis e mapas, normalmente transferindo os dados para um pequeno pedaço de microfilme ou microponto. Roubar documentos originais poderia acabar com a cobertura do espião. Então, uma variedade de minicâmeras escondidas em objetos inofensivos são utilizados. Para mais detalhes desses apetrechos, veja em Como funcionam os objetos de espionagem.
Há inúmeras maneiras tecnológicas para os países espionarem um ao outro sem mesmo enviar um espião para coletar informações. Satélites equipados com câmeras revelam posições de unidades militares desde a década de 60. Primeiramente, o satélite lançaria no oceano uma lata com o filme dentro. Em 1970, a tecnologia do filme digital foi usada pela primeira vez, permitindo aos satélites transmitirem dados fotográficos via rádio. Hoje os satélites de espionagem podem tirar fotografias com alta resolução que podem sair na manchete de um jornal.
Era mais difícil conseguir esses detalhes nas décadas de 60 e 70 - os aviões espiões como o U2, tinham de sobrevoar o território inimigo, expondo o piloto ao risco de ser atingido, e ameaçando a nação espiã com o risco de um constrangimento internacional.
Outras formas de Tech Int, ou inteligência tecnológica, incluem microfones super-sensitivos, telefones grampeados, equipamento sísmico para detectar testes nucleares e sensores submarinos para encontrar submarinos inimigos. Os espiões também podem escanear, gravar e analisar freqüências de rádio inimigas e ligações de telefones celulares.

Quando a informação secreta é passada para os controladors do espião, ela deve estar escondida para que o inimigo não suspeite de nada. Isso arruinaria a cobertura do espião, ou levaria o inimigo a passar deliberadamente informações falsas. Até o início do século 20, os espiões serviam-se de tintas invisíveis para esconder mensagens nas entrelinhas ou no verso de uma carta que não despertasse suspeitas. Água com açúcar ou suco de limão eram invisíveis até serem queimados. Outros produtos químicos não apareciam até que o papel fosse colorido com um reagente específico. Um método testado para transmitir informação é o "local de entrega". Um "local de entrega" é um lugar secreto para esconder algo em público. Pode ser atrás de um tijolo solto num muro de um parque, ou numa planta na esquina de uma rua. Quando um espião tem uma mensagem para enviar, ele sai do trabalho e vai dar uma volta, talvez pegar alguma roupa na lavanderia ou ir ao cinema. Passa pelo "local de entrega" e deixa a mensagem por acaso, sem despertar suspeitas. O espião tem de deixar um sinal para que seus comparsas saibam que há uma mensagem para ser recolhida. Uma marca de giz num poste, uma determinada cor de lençol num varal ou mesmo uma mensagem criptografada na seção de classificados de um jornal são sinais possíveis. Um espião pode usar vários "locais de entrega", assim ele não vai repetidamente aos mesmos lugares.
Os controladores do espião podem usar uma comunicação de uma via para dar instruções aos espiões. As misteriosas estações de números em operação ao redor do mundo são usadas para esse propósito. Uma estação de números é uma estação de rádio dirigida pelo governo com transmissão ininterrupta em freqüência de ondas curtas. Uma determinada canção ou um determinado anúncio marca o início e o fim de cada transmissão, que consiste apenas numa voz, alterada eletronicamente, recitando uma longa seqüência de números. Os números são mensagens codificadas decifradas pelo receptor usando uma cifra virtualmente inquebrável conhecida como one-time pad.
Uma grande parte da espionagem gira em torno de códigos secretos. A informação transmitida entre espiões e controladores é normalmente codificada, e uma boa proporção da comunicação entre governo e militares é codificada, principalmente durante as guerras. Várias missões de espionagem têm o único propósito de adquirir as respostas necessárias para decifrar esses códigos ou obter os recursos usados para codificar e decodificar mensagens.
Análise de dados
A aquisição e transmissão de informações secretas não têm sentido se a informação não for analisada e trabalhada adequadamente. O governante russo Josef Stálin recebia informações de vários agentes de que a Alemanha romperia a aliança com a Rússia e atacaria o país durante a Segunda Guerra Mundial, mas ele se recusou a acreditar nisso. As forças armadas russas não estavam devidamente preparadas quando veio o ataque alemão.
Os analistas de dados obtém informações de diversas fontes, não apenas de espiões, e desenvolvem um panorama geral de estratégias e políticas do inimigo. Essa informação é escrita em resumos para líderes políticos. Enquanto a informação de uma única fonte pode não ser confiável, fontes adicionais podem ser usadas para confirmar os dados. Por exemplo, os quebradores de códigos dos EUA haviam decifrado parcialmente o código Roxo dos japoneses durante a Segunda Guerra, e estavam certos de que o Japão estava planejando atacar a ilha Midway. Não estavam completamente certos se estavam lendo corretamente no código japonês a palavra ilha (AF), entretanto, alertaram as tropas posicionadas em Midway para lançar uma mensagem de rádio espalhando que eles estavam com pouca água. Rapidamente as comunicações japonesas foram interceptadas, reportando que AF estava com pouca água, o que confirmou o objetivo do ataque.

Durante a Segunda Guerra, os militares alemães utilizaram um aparelho conhecido como máquina "Enigma" para enviar mensagens codificadas. Ela funcionava como uma máquina de datilografar com um labirinto de complexas conexões mecânicas e eletrônicas. Qualquer mensagem datilografada na máquina poderia ser transformada num código; uma outra Enigma com um mecanismo idêntico de fios e rotores revertia o código e revelava a mensagem original.
Decifradores de códigos poloneses descobriram o código da Enigma e montaram duplicatas antes da Segunda Guerra Mundial. Eles compartilharam o conhecimento com os britânicos, que a usaram, junto com várias Enigmas capturadas, para decifrar um grande volume de mensagens nazistas codificadas, algumas do próprio Hitler. Essa informação, com o codinome de ULTRA, foi mantida sob forte segredo, dessa forma os alemães não suspeitavam que as mensagens estavam sendo lidas.

Os espiões passam muito tempo fornecendo informações falsas para seus inimigos à medida que conseguem dados. Isso os mantêm a par de novas informações, força-os a confundir capacitações militares e enviar forças para a área errada. Um constante fluxo de informações falsas pode acabar com a informação verdadeira que o inimigo detém, pois surgem dúvidas com relação à autenticidade de sua própria inteligência em colher informações.

Um método de espalhar informações falsas é utilizar um agente duplo. Imagine que um cientista norte-americano é recrutado pelos russos para fornecer tecnologia militar dos EUA. Os Estados Unidos ficam sabendo que esse cientista é um espião dos russos. Ao invés de prendê-lo, permitem que continue fornecendo informações ao inimigo. Entretanto, certificam-se de que os projetos, os relatórios técnicos e outros dados aos quais ele teve acesso sejam alterados. Os russos passam a receber informações técnicas inúteis, gastando milhões de dólares em pesquisa e em tecnologia falha. Assim, o cientista torna-se um agente duplo involuntário.
Uma outra alternativa seria os EUA confrontarem o cientista e ameaçá-lo com uma sentença de prisão perpétua, ou mesmo sentença de morte, a pena por traição. Para evitar isso, ele concorda em tornar-se conscientemente um agente duplo: não apenas concorda em abastecer a Rússia com informações falsas, mas também trabalha para obter informações dos seus controladores. Ele pode fornecer aos Estados Unidos nomes de outros espiões russos, ou sobre pesquisa científica do país.
Sempre há possibilidade para este mesmo cientista/espião se tornar um agente triplo: ou seja, ele informa à Rússia que os americanos o descobriram. Agora, os russos sabem que a informação técnica que ele traz é negligenciada, e passam a fornecer informações falsas para os americanos. Se isso parece confuso, imagine tentar manter toda a situação quando somente um deslize pode custar sua vida. Alguns agentes foram além de serem agentes triplos, jogando os dois lados um contra o outro, criando uma teia tão confusa que os historiadores não têm idéia de em qual lado o espião realmente estava.
A Operação Fortitude foi uma das maiores e mais bem sucedidas campanhas de contra-informação já conduzidas. O objetivo da Fortitude era confundir os alemães na retirada de suas forças militares ou colocá-los no lugar errado quando os Aliados invadissem a Normandia em 1944. Aviões de madeira e papelão, depósitos de combustíveis falsos e tropas de bonecos foram estabelecidas no sul da Inglaterra para fazer com que os alemães pensassem que o ataque viria de lá e não tinha a Normandia, como alvo ao norte da França. Um exército norte-americano fictício foi criado: Fusag - First U.S. Army Group (primeiro grupo de forças armadas dos EUA), que tinha até a liderança do General George Patton. Uma falsa transmissão de rádio sustentou a farsa. O elemento mais importante, no entanto, foram as informações falsas fornecidas aos alemães pelos agentes duplos. A informação fornecida por um agente duplo chamado Garbo convenceu Hitler de que o ataque viria do sul.
Para manter a suposição e atrasar a chegada dos reforços alemães à Normandia ao máximo possível, no dia da invasão houve até uma falsa esquadra que aterrisava com alto-falantes tocando o som de uma grande frota se movimentando pelo Canal da Mancha, com balões refletores de sinais de radar e tiras prateadas jogadas pelos aviões criando um sinal de radar como se fosse uma grande invasão. Uma vez que o ataque da Normandia estava acontecendo, Garbo disse aos alemães que tudo não passava de uma simulação para retirar as tropas alemães do ataque "real" da região sul.

Vamos conhecer a história da CIA e os escândalos que a agitaram através das décadas. Vamos ver como a organização está estruturada, quem a supervisiona e que tipo de verificações e balanços acontecem. Também saberemos como os espiões fazem seus trabalhos.
CIA quer dizer Agência Central de Inteligência. Sua principal missão declarada é coletar, avaliar e distribuir inteligência estrangeira para assistir o presidente e os criadores de política sêniores do governo dos Estados Unidos na tomada de decisões sobre segurança nacional. A CIA também pode se engajar em ações secretas, a pedido do presidente. Ela não faz política. Não é permitido espionar as atividades domésticas dos americanos ou participar de assassinatos - apesar de já ter sido acusada de fazer os dois.
Como outros quadros do governo dos EUA, a CIA tem um sistema de verificação e equilíbrio. A CIA se reporta tanto ao poder executivo como ao poder legislativo. Durante a história da CIA, a quantidade de supervisão tem tido fluxo e refluxo. No lado executivo, a CIA deve responder a três grupos: ao Conselho de Segurança Nacional, ao Comitê Consultivo de Inteligência Estrangeira do Presidente e ao Comitê de Superintendência da Inteligência.
O Conselho de Segurança Nacional (NSC) é constituído pelo Presidente, Vice-Presidente, Secretário de Estado e Secretário de Defesa. "O NSC aconselha o Presidente sobre assuntos domésticos, estrangeiros e militares relacionados à segurança nacional e fornece orientação, revisão e direcionamento sobre como a CIA reune inteligência", de acordo com o site da CIA. O Comitê Consultivo de Inteligência Estrangeira do Presidente é composto de pessoas do setor privado que estudam quão bem a CIA vem atuando e a eficácia de sua estrutura. O Comitê de Superintendência da Inteligência deve assegurar que a coleta de informação seja feita adequadamente e que a reunião de todas essas informações seja legal.
No lado legislativo, a CIA trabalha primordialmente com o Comitê de Seleção Permanente da Câmara em Inteligência e Comitê de Seleção do Senado em Inteligência. Esses dois comitês, juntamente com os comitês de Relações Exteriores, de Negócios Exteriores e de Serviços Armados, autorizam e supervisionam os programas da CIA. Os comitês de verbas reservam fundos para a a CIA e para todas as atividades governamentais dos EUA.

Falando de fundos, a verba da CIA é secreta e a agência tem permissão para manter seu pessoal, estrutura organizacional, salários e uma quantidade de funcionários em segredo sob um decreto de 1949. Veja o que nós sabemos: em 1997, a verba total para a inteligência do governo dos EUA e as atividades relacionadas à inteligência (das quais a CIA é uma parte) era de US$ 26,6 bilhões. Aquele foi o primeiro ano que o número foi levado a público. Em 1998, a verba era de US$ 26,7 bilhões. As verbas da inteligência para todos os outros anos continuaram confidenciais. No quadro de funcionários de linha de frente, a CIA emprega cerca de 20 mil pessoas.
História da CIA
Os Estados Unidos sempre estiveram engajados em atividades de inteligência estrangeira. A ação secreta ajudou os patriotas a vencerem a Guerra Revolucionária Americana (guerra pela independência). Mas as primeiras agências formais e organizadas não existiam antes dos anos 1880, quando o Escritório da Inteligência Naval e a Divisão de Inteligência Militar do Exército foram criados. Por volta da Primeira Guerra Mundial, a Divisão de Investigação (a precursora do FBI) assumiu as obrigações de reunir inteligência. A estrutura da inteligência continuou através de várias reestruturações. Por exemplo, o Escritório de Serviços Estratégicos, conhecido como OSS (Office of Strategic Services), foi estabelecido em 1942 e abolido em 1945.

Após a Segunda Guerra Mundial, os líderes se empenharam em melhorar a inteligência nacional. O bombardeio de Pearl Harbor, que levou os Estados Unidos à Segunda Guerra Mundial, foi considerado a principal falha da inteligência.
Em 1947, o Presidente Harry Truman assinou o Ato de Segurança Nacional, que criou a CIA. O ato também criou o cargo de diretor de inteligência central, que teve três diferentes funções: principal conselheiro do presidente em questões de segurança, chefe de toda a comunidade de inteligência dos EUA e chefe da CIA, uma das agências dentro da comunidade de inteligência. Essa estrutura foi revista em 2004, com a Reforma da Inteligência e o Ato de Prevenção do Terrorismo, quando se criou o cargo de diretor da inteligência nacional para supervisionar a comunidade de inteligência. Agora, o diretor da CIA se reporta ao diretor da inteligência nacional.

Dois anos depois, o Congresso aprovou o Ato da Agência Central de Inteligência, que permite à CIA manter suas verbas e funcionários secretos. Por muitos anos, a principal missão da agência era proteger os Estados Unidos contra o comunismo e a União Soviética durante a Guerra Fria. Atualmente, a agência tem um trabalho bem mais complexo: proteger os Estados Unidos das ameaças terroristas de todo o globo terrestre.
Estrutura da CIA
A CIA está dividida em quatro equipes diferentes, cada uma com suas responsabilidades:
Serviço Secreto Nacional (National Clandestine Service)
É nele que atuam os chamados "espiões". Os funcionários do NCS saem do país sob disfarce para coletar inteligência estrangeira. Eles recrutam agentes para coletar o que chamam de "inteligência humana". Que tipo de pessoa trabalha para o Serviço Secreto Nacional? Os funcionários do NCS geralmente são pessoas com bom nível educacional, que conhecem outros idiomas, gostam de trabalhar com pessoas de todo o mundo e podem se adaptar a qualquer situação, incluindo as perigosas. A maioria das pessoas, incluindo seus familiares e amigos, jamais vai saber exatamente o que os funcionários do Serviço Secreto fazem. Mais tarde, vamos ver como os espiões ficam encobertos e também conhecer alguns de seus equipamentos eletrônicos legais.
Diretório de Ciência e Tecnologia
As pessoas nessa equipe coletam inteligência pública ou de fonte aberta. A inteligência pública é a informação que aparece na TV, no rádio, em revistas ou em jornais. Eles também usam fotografia eletrônica e de satélite. Essa equipe atrai as pessoas que gostam de ciência e engenharia.
Diretório de Inteligência
Toda a informação reunida pelas duas equipes é entregue ao Diretório de Inteligência. Os membros dessa equipe interpretam a informação e fazem relatórios sobre ela. Os membros do Diretório de Inteligência devem ter excelentes habilidades analíticas e de escrita, estar confortáveis em apresentar informações para grupos e ter a capacidade de lidar com a pressão de prazos.
Diretório de Apoio
Essa equipe fornece apoio para o resto da organização e lida com coisas como contratação e treinamento. "O Diretório de Apoio atrai pessoas especialistas em um campo, como um artista ou funcionário de finanças, ou generalistas, com muitos talentos diferentes", de acordo com o site da CIA.
A seguir, vamos ver os escândalos pelo qual a CIA passou e aprender mais sobre os espiões.


Durante seus mais de 50 anos de história, a CIA tem sido criticada por seu envolvimento (ou falta de) em muitos acontecimentos controversos. Vamos dar uma olhada em alguns deles:

Irã - em 1953, uma ação bem-sucedida apoiada pela CIA expulsou o popular Primeiro-Ministro do Irã e restaurou o poder para o Xá. Agora, muitos historiadores consideram isso um erro, já que as regras repressivas do Xá do Irã levaram a uma revolução nos anos 1970. Após a revolução, os líderes antiamericanos chegaram ao poder.

Baía dos Porcos - em 1961, uma força paramilitar dos exilados cubanos, apoiados pela CIA, atacou a Baía dos Porcos, em Cuba. As forças cubanas esmagaram a invasão, fazendo com que ela terminasse rapidamente.

Watergate - em 1972, ex-oficiais da CIA, parte de um grupo que trabalhava para a campanha de reeleição do presidente Nixon, foram implicados na invasão do quartel-general do Comitê Nacional Democrático.

Jóias da família - após o caso Watergate, o diretor da CIA, James Schlesinger, prometeu descobrir se havia algum outro segredo perigoso na história da Agência. A investigação aborreceu muita gente. Entretanto, na época em que o relatório estava sendo compilado, Schlesinger foi transferido e se tornou secretário de Defesa. O novo chefe da CIA, William Colby, herdou um documento de 693 páginas conhecido como "jóias da família". O relatório afirmava que a agência tinha conspirado para assassinar Fidel Castro e outros líderes estrangeiros; espionado americanos, grampeando suas linhas telefônicas e lendo seus relatórios de impostos; e conduzido experimentos com LSD em pacientes humanos não voluntários. Colby acabou por recusar o relatório - uma tentativa de salvar a agência, afirmou ele mais tarde.

O caso Irã-Contras - vários membros da Administração Reagan violaram um embargo ajudando a vender armas para o Irã. Os procedimentos foram usados para fundar os Contras, um grupo guerrilheiro de direita na Nicarágua. Em 1986, o presidente Reagan afirmou que armas defensivas foram transferidas para o Irã. Mais tarde, a informação demonstrou que o diretor da CIA, William Casey, estava envolvido no escândalo.

Aldrich Ames - esse agente da CIA passou nove anos como espião da KGB. Ele entregou os nomes de muitos espiões dos EUA trabalhando na União Soviética. A KGB pagou a Ames mais de US$ 2 milhões e manteve outros US$ 2 milhões destinados a ele em um banco de Moscou, o que o tornou o espião mais bem pago no mundo [ref (em inglês)]. Ames foi preso em 1994 e está cumprindo pena de prisão perpétua.

11 de setembro de 2001 - terroristas realizaram o maior ato terrorista em solo americano, e a CIA (juntamente com o resto da comunidade de inteligência) foi criticada por falhar em impedir os ataques. Parte dos problemas, disseram os críticos, é que as diferentes agências de inteligência não trabalham juntas. Desde então, a CIA reforçou seu programa de espionagem, treinando muitos novos oficiais. Também houve mudanças estruturais dentro da comunidade de inteligência geral para assegurar a cooperação entre as agências.

Valerie Plame Wilson - agente secreta da CIA, Plame Wilson foi publicamente exposta em 2003, que se desdobrou como grande escândalo em Washington. O escritor conservador Robert Novak a revelou em uma coluna de jornal. O resultado da investigação foi centralizado em quem informou o nome da agente para Novak. É crime revelar intencionalmente o disfarce de um agente da inteligência dos EUA. Uma investigação federal começou em setembro de 2003, e o ex-vice-chefe presidencial de funcionários, Lewis Libby, foi indiciado por mentir e obstruir investigações. A partir de maio de 2006, ninguém foi responsabilizado pela real divulgação de informações secretas.

Cerca de um terço dos 20 mil funcionários da agência está disfarçado ou esteve, em algum momento de suas carreiras na CIA, de acordo com uma história do Los Angeles Times, que pesquisou como eles mantêm seus disfarces.
A maioria dos agentes no exterior está sob disfarce oficial, o que significa que eles se apresentam como funcionários de outras agências do governo, como o Departamento de Estado. Um número muito menor está não oficialmente disfarçado ou NOC. Isso significa que eles geralmente se apresentam como funcionários de corporações internacionais, funcionários de empresas falsas ou estudantes. Valerie Plame trabalhava como uma NOC, apresentando-se como funcionária de uma empresa Shell em Boston, a Brewster-Jennings. Ser NOC é mais perigoso do que ter um disfarce oficial, porque se os NOCs são pegos por um serviço de inteligência estrangeiro, não têm imunidade diplomática para se proteger de uma perseguição naquele país.
Em uma entrevista de jornal, uma fonte anônima disse que se apresentava como executivo de nível médio em uma corporação multinacional enquanto coletava inteligência fora do país por mais de uma década. Ele trabalhou por vários anos como consultor de negócios antes de se unir à agência, o que deu a ele um ótimo currículo para o programa NOC. Os executivos sêniores em seus empregos de disfarce estavam conscientes do trabalho, mas seus colegas de trabalho do dia-a-dia não. Ele realizava normalmente as tarefas que qualquer um em seu trabalho de disfarce faria, mesmo trabalhando sob um contrato de US$ 2 milhões. Entretanto, freqüentemente, ele também passava três ou quatro noites por semana em reuniões secretas.
Há muitas lendas sobre as vidas de disfarce e de perigo que os espiões levam. Algumas delas são apenas isso, lendas. Por outro lado, os espiões através dos anos realmente usavam uma grande variedade de dispositivos eletrônicos e tecnologia para fazer seus trabalhos. Alguns agora estão expostos no Museu da CIA como relíquias. Alguns destaques do museu são:


o cilindro de ponta, um dispositivo secreto que foi usado desde o final dos anos 1960 para esconder dinheiro, mapas, documentos, microfilmes e outros itens. O cilindro de ponta é resistente à água e pode ser espetado no chão em um lugar raso, para ser recuperado depois;

a microcâmera Mark IV foi usada para passar documentos entre agentes de Berlim Oriental e Ocidental durante os anos 1950 e 1960. Os agentes tiravam fotos que eram do tamanho de cabeças de alfinetes e colavam-nas em cartas datilografadas. O agente que recebia a carta poderia então visualizar a imagem com a ajuda de um microscópio;

o contêiner côncavo em moeda de prata ainda é usado atualmente. Ele parece uma moeda de prata e pode ser usado para esconder mensagens ou filme;

os panfletos produzidos pela CIA, que eram distribuídos durante a Guerra do Golfo, avisando os civis de que os bombardeios estavam acontecendo e dando às unidades militares uma oportunidade para se entregar.
Apesar de a agência ter tido sua parte nas falhas e escândalos, o governo ainda depende muito da CIA para fornecer inteligência e para auxiliar na manutenção da segurança nacional. Embora o terrorismo seja o atual foco da CIA, os Estados Unidos sempre vão ter uma necessidade de contra-informação, espionagem e ações sob disfarce.

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